O presidente uruguaio, Tabaré Vazquez, deixou o Partido Socialista, do qual fazia parte desde 1983.
O pivô do desligamento foi o projeto que descriminalizaria o aborto no país, seguindo o que se sucedeu em Portugal e na Cidade do México. O projeto foi aprovado pelo Parlamento e vetado pelo presidente. Em seguida, os integrantes do Partido Socialista na Assembléia Geral uruguaia se articularam pela derrubada do veto, o que irritou Vazquez. A Igreja Católica atuou com força total no episódio, fato estranho á tradição laica do país, e ameaçou de excomunhão aqueles que votassem em defesa do projeto. Vale destacar que 60% da população uruguaia é favorável à medida.
Claro que há outras questões envolvidas no afastamento de Vazquez do Partido Socialista. Mas fica claro também que a legalização do aborto é uma bandeira da esquerda (podendo-se ampliar para além dela), que defende a autonomia das mulheres sobre seu próprio corpo, a laicidade do Estado e o direito das mulheres de não serem presas por recorrerem a essa prática no caso de uma gravidez indesejada ou de risco.
Os socialistas conquistaram maioria pela derrubada do veto. Mas não atingiram a maioria qualificada (2/3). Portanto, com os votos dos conservadores dos partidos Blanco e Colorado, o veto presidencial foi mantido.
Um comentário:
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