segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sábio chinês

Vou fazer uma coisa bem cafuçu. Vou postar aqui uma frase de um "sábio chinês". rsrs... é uma frasezinha que eu sempre leio quando vou à sede nacional do PT em São Paulo, e sempre a acho simpática. Tá pregada numa parede, junto da cafeteira do 3º andar. É assim (mais ou menos):

Dentro de mim, há dois cães. Um manso e dócil, um bravo e mau. Alguém pergunta: qual deles ganha a briga? Responde o sábio: aquele que eu alimentar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um viva às mulheres do movimento estudantil



Uma demonstração de unidade e de coragem.

A plenária final do 51º Congresso da UNE contou com uma seqüência de falas que não estava disputando nenhuma resolução em específico, nem fazendo a defesa de uma ou outra chapa. Chamavam atenção por mais do que isso: eram vozes femininas, o que ainda é incomum de se ouvir num espaço como aquele. Mais motivo pra prestar atenção: elas representavam as principais forças políticas do congresso e do movimento estudantil como um todo, identificadas com PT, PCdoB, PSOL.

Essa unidade era pra denunciar o machismo do movimento e afirmar que as mulheres seguirão organizadas pra enfrentar e pra propor política para que a UNE, como um todo, enfrente. E elas sabem que, quando as mulheres se organizam pra lutar contra a opressão, a reação vem. Mas estão preparadas e mais maduras pra garantir a luta das mulheres. São vitoriosas desde já por terem protagonizado um momento tão... bonito.

Bonito porque a luta das mulheres é bonita. Porque é emocionante ver a unidade entre tantos setores, em meio a uma disputa que, tantas vezes, é cruel. E porque, ainda que nem todos tenham ouvido ou entendido o que elas disseram, aquelas que, como eu, pararam para ouvir cada palavra, certamente ganham mais fôlego, mais ar, pra lutar e seguir lutando. Não estamos sozinhas.

O ME é cheio de expressões do machismo que permeia toda a sociedade e a universidade. Tem casos de violência – aliás, as mulheres aprovaram uma carta com orientações e métodos de como a UNE deve tratar casos de violência que ocorram em seus fóruns e seus espaços. Tem desqualificação das mulheres que assumem papéis protagonistas. Tem assovios, gritinhos, risadinhas. Tem músicas escandalosamente machistas e palavras de ordem que seguem a toada. Tem xingamentos que só se dirigem às mulheres. Tem homem dirigente que se aproveita dessa condição pra tratar as mulheres como produtos à venda. Tem assédio sexual. Tem pouco espaço pra discutir o feminismo. Tem pouco recorte feminista pros debates gerais. Tem tolerância demais com situações explícitas de opressão.

A próxima executiva da UNE apresentará um desafio pra essas lutadoras que subiram ao palco naquele domingo, 19 de julho. Pra elas e pras demais lutadoras que as ouviam no ginásio, ou que estão nas universidades organizando a luta de todos os dias. O desafio de garantir a presença das mulheres pra garantir o feminismo na UNE.

A informação que tenho é que as chapas que já têm definidas suas indicações para a direção executiva da entidade não se preocuparam em assegurar a presença das mulheres. Um dos eixos das falações das companheiras era justamente ressaltar a importância de se aprovarem as famosas cotas de 30% para mulheres na direção da UNE, que não há. De olhos bem abertos, vamos observar que as teses que se apresentaram ao 51º Conune, embora falem sobre “gênero” nos seus materiais, ainda não vão assegurar que mulheres dirijam a entidade.

Parabéns às mulheres do ME, por essa demonstração de força e de que é possível superarmos diferenças para lutar por justiça e igualdade, que é uma pauta comum a todas nós. Foi louvável a iniciativa, me emocionou bastante. Parabéns a cada uma das que lutam. Parabéns à Lúcia Stumpf, é preciso dizer, que foi uma presidenta da UNE atenta à agenda das mulheres, contribuiu, fez diferença. Não basta ser mulher, tem que ser feminista!

E que no 52º Conune (onde espero não estar... rsrs...), os próximos 2 anos tenham enchido ainda mais de sentido a luta das mulheres militantes do ME. Que seja inaceitável e intolerável qualquer manifestação de machismo. Das repudiáveis musiquinhas da plenária final às agressões de mulheres que ocorrem Brasil afora em espaços do movimento.

A luta sempre continua...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Uns dias

“O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso” – Mário Quintana.

Tem aqueles dias que podiam não existir. Aqueles dias que você deseja passar dormindo, pra não ver, e quando acordar, passou de uma vez. Aqueles dias em que seu time perde (o pior não é seu time perder, é o time dos outros ganhar), que você passa horas procurando a chave de casa e a descobre no seu bolso, que você se atrasa por isso e perde valiosos minutos das zilhões de coisas que têm acumuladas pra fazer, aqueles dias em que você não consegue telefonar pra quem precisa, não consegue entrar no site que precisa, aqueles dias chuvosos, feios, tristes, em que você queima o dedo cozinhando, aqueles dias em que você está naquele humor que nem você se suporta.

Dá um ódio sem precedentes do bom humor dos outros, especialmente aqueles que sempre estão exageradamente de bom humor, fazendo gracinha, soltando piadas sem graça. Dá mais raiva ainda dos demais mal humorados, porque se você mal pode conviver com seu próprio mau humor, imagina com o alheio! Como dizem meus amigos do Ceará, eu não sou nem obrigada!

Dá vontade de saber quem diabos inventou a merda do telefone celular e seus toques terríveis – sim, porque, hoje em dia, nenhum toque pode ser um simples “trim, trim”, precisam ser elaborados sons eletrônicos combinados com sei lá o quê, piadinhas de todos os tipos e músicas que não necessariamente quem convive com o dono do celular aprecia.

As costas doem mais do que o normal e a gente se sente mais lesado do que nunca pelo tanto que nos exploram, que são folgados, que são inconvenientes, que são chatos mesmo.

Daí, é melhor ficarmos sozinhos, pra não ter que incomodar ninguém com nosso próprio mau humor, mas mais do que isso, para que ninguém acentue nosso mau humor. Sem perguntas, sem explicações, sem queixas, sem nada. Ser a Bela Adormecida e dormir 100 anos.

Só tem um jeito de melhorar o humor na marra.

Se tem alguém de humor pior que o seu. Com muitos motivos de ter o humor ruim. Falando seco no telefone, monossílabos e monossílabos, e evitando os tônicos, que isso já seria um sinal de definição. Cabeça na lua, raiva de tudo, pressa de tudo. Palavras ríspidas, incomodando-se com a companhia de si mesmo. Incomodando todo ser vivo que houver ao redor, e alguns seres não vivos também. Mastigando sem engolir todos os motivos que a vida oferece para que o humor se mantenha ruim. Seguindo até o enjôo, vomitando seu tédio sobre a cidade.

E se essa pessoa é especial. Se quando pensa nela, muda seu dia. E se você sente cada coisa que essa pessoa sente. Essa pessoa é aquela que lhe desperta um sentimento meio incondicional, e você não admite que seres vivos, não vivos, os reinos animal, vegetal e mineral façam alguma coisa de mal pra ela. O reino da tecnologia, então, nem se fale, craque em tirar qualquer um(a) do sério.

E aí você recolhe seu mau humor, seu time, o time dos outros, os outros, a chave, os minutos, os motivos. Você não anula. Você recolhe porque isso tudo é menor do que você pensava. E quer cuidar para que o mau humor daquela pessoa não faça mal a ela mesma, para que as razões do seu mau humor tenham seus efeitos minimizados. Para fazer um carinhozinho, ou só pra ficar quieto(a) mesmo. Para a pessoa saber que você está do lado.

A Bela Adormecida acorda de seu sono de 100 anos. E vê que o mundo continua lá, no mesmo lugar, não adiantou prolongar a noite. E isso nem chega a ser assustador.

Então, eu vou ter que discordar do gaúcho Quintana, desta vez... o maior dos alívios da gente é que as pessoas podem ter a ver com nossos problemas. Se elas quiserem. E se a gente permitir.

***
100º post!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nota do PT sobre o golpe em Honduras

O repúdio ao golpe em Honduras é generalizado.

Já manifestaram-se o presidente da Assembléia da ONU e o secretário-geral da entidade, a Organização dos Estados Americanos, o Sistema de Integração Centroamericana, os países da Alba, o Grupo do Rio, a Unasur, a União Européia e os EUA. O governo brasileiro deixou claro que não conciliação possível com o golpismo.

Em Honduras, há um único governo e um único presidente: Manuel Zelaya. Todo o nosso apoio ao povo hondurenho, em luta pela democracia.

Hoje, 30 de junho, ocorreu em São Paulo o primeiro ato público contra o golpe em Honduras. Nova manifestação ocorrerá no dia 2 de julho, também em São Paulo, em atividade realizada pela Central de Movimentos Sociais e partidos políticos, entre os quais o PT.

A direção do PT orienta seus filiados, especialmente os parlamentares e demais figuras públicas, a ampliar a denúncia e as mobilizações de solidariedade. O golpismo militar, articulados com os interesses oligárquicos e seus apoiadores incrustrados no parlamento e na judiciário, não pode vencer. O povo latino-americano, assim como o povo brasileiro, não quer a volta ao passado.

Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT
Valter Pomar, secretário de relações internacionais