segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A cidade que mora em mim

O MAPA

(Mário Quintana)

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada

Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...



***
Porto Alegre é encantadora.

Pra quem não sabe, o Guaíba não é um rio, é um lago. Enorme. É onde o sol vai descansar depois de brilhar intensamente o dia todo. E o povo de Porto Alegre costuma ir assistir ao espetáculo que ele dá quando cai até adormecer no lago. Dá vontade de aplaudir. Como diz o texto de "Beleza Americana": quem vai se deixar levar pelos males se há tanta beleza no mundo?

A foto não é minha. Mas em breve meu olhar sobre Porto Alegre estará aqui. De muitas formas, se a inspiração permitir. Ela tem estado ao meu lado ultimamente. A incerteza é inspiradora. Mas não tanto quando a beleza que há no mundo.

Um comentário:

Rafael Pops disse...

O por do sol do Guaíba é MARA! Mas o da ermida aqui em Brasília é mais MARA!

Pops