quinta-feira, 28 de junho de 2012

Futebol ontem e hoje

Afinal, o blog é meu e eu posto sobre o tema que quiser, não é verdade?


Ontem - O Corínthians é um baita time. Tá muito bem montado. Chegou à final da Libertadores, pela primeira vez em sua história, com méritos. Desta vez, nem teve ajuda da arbitragem. Acontece que, embora alguns corintianos, não acostumados com a Libertadores, não tenham percebido, a final é em dois jogos. E o Boca, meus amigos... Ah, o Boca é o Boca, viu. Acho que não é desta vez que vocês vão acabar com o maior bulling coletivo do futebol brasileiro. Mas fiquem relax, o importante é competir.

Hoje - Não ficava feliz assim desde a final da Copa do Rei. Que enorme a Itália. Não, pera: que ENORME a Itália. Tô com a Azzurra desde que a Holanda saiu. Porque sim, sei lá, porque sempre gosto da Itália, mesmo quando ela não joga porra nenhuma e todo mundo fica puto. Porque eu não queria torcer pra Alemanha por culpa da Ângela Merkel (desculpem, pessoal, mas às vezes eu deixo a política influenciar em decisões nada a ver, como essa). Eu não queria torcer pra Espanha, convencida pelos amigos da Catalunha. Eu não queria torcer pra Portugal pro Cristiano Ronaldo não roubar a Bola de Ouro do Messi. Como veem, alguns bullings têm sempre que continuar.

Eu quis torcer pra Itália. Balotelli merece ser o nome da Eurocopa. Nem Cristiano, nem Iniesta, Xavi, nem Özil. O negrão Balotelli. Pra assinar seu nome na galeria dos grandes numa Euro em que houve multa por racismo de torcida. Porque a Europa é foda, e racismo tem em todos os países em todo o futebol, e isso TEM QUE parar. Isso é nojento. A UEFA tem que fazer alguma coisa.

No mais, é isso... No meio do caminho da Alemanha, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. Torço pra que a Itália derrote a Espanha bem derrotado. E o pobrezinho do Cristiano Ronaldo não vai poder ser nem terceiro lugar. Forza Azzurra!

***
No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 

Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra
(Drummond)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O mundo e os males


Ei, guria.
Que o mundo é grande, a gente é pequeno.
Não sofra, ó, não sofra.

Não é porque a estrada é curta
Nem é porque o sonho é pequeno
O que eu sinto e tu sentes, ó, guria
Não é menor não.

Ei, vem, vamos cantar.
Canta, porque cantando
Os males dos outros se esvaem
Esvaindo-se os males
Nós ficamos todos bem.

E os males, querida
Parecem grandes, porque somos pequenas
Mas a gente é concreta
Eles não.

Guria, querida, minha amiga.
O mundo não é o que deveria ser.
Mas nós podemos fazer
Que pelo menos, ele mereça
Que a gente more nele.

Cantando.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Vai, Grécia!

Porque o futebol é imponderável. Porque as batalhas da vida são mais duras que as do campo. Porque sempre dá vontade de torcer pelo mais fraco. Porque o mais fraco, às vezes, é brabo pra caramba. Porque o mais forte oprime o mais fraco. Porque quem joga bem já se eternizou por isso, nem precisa da vitória. Porque quem joga mal precisa jogar mais, pra melhorar. Porque é chato já saber o resultado. Porque quem dança merece mais que os outros ser feliz. Porque quem trabalha tem que ter o direito de decidir seu próprio futuro. Porque o futebol pode ser injusto, que não tem problema. Porque o mundo não pode ser injusto. Porque a gente gosta quando o povo levanta pra gritar gol. Porque a gente gosta ainda mais quando o povo levanta pra gritar basta. Porque Davi já venceu Golias. Porque Golias não pode esmagar os filhos de Davi. Porque, no futebol, nem sempre o melhor vence; e porque na vida, a gente luta pelo que há de melhor no mundo.


Vamos, Grécia! Hoje é dia de se vingar, pelo menos um pouquinho, daquela Angela Merkel.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sem


Sem remédio
Nem viabilidade
Solução
Volatilidade
Sem saída
Sem critério
Porta aberta
Escancarada

Sem voltar
Sem nunca ir
Sem ter como
Sem partir

Nada.
Não há o que fazer.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Longe do Sol

*


Feche a porta
E as janelas
Nem deixa cotovia piar
Sem barulho
Sem notícias
Pra esconder nosso lugar

Em silêncio
Sorrateiros
Tentando ir além
Ser nada
Ser nenhum
Ser um pouco de ninguém

Desliga o som
Apaga a luz
O galo, não deixa cantar
Mexericos
Melodias
Um balde de blablablá

Fala baixo
Pisa leve
Aqui não há frio
Aqui não há medo

Nosso lugar é livre
Da luz que ofusca
Do som que ensurdece
Nosso lugar é livre
Para a gente poder existir

Não grita
Não canta
Não pule de felicidade
Não se agite
Não se mova
Não se ponha com o sol

Que quando ele cai
É o nosso lugar no mundo
À noite, no escuro
Na calada
Clandestina
Uma vida paralela
Uma vida para lê-la
Pra ter certeza
De que o que sonhamos
Aconteceu

Quietinhos
Intensos

Não, não se apresse
Não há preces
Não há culpa para punir
Nem crime para sentenciar
Não há erro
Nem há outro lugar
Não se afobe
Não me console
Não se mate

Vamos puxar o sol pra baixo
Pra fazer casa
Num brilho de estrela
A mais distante
Perdida no céu profundo

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* Para uma epifania linda que eu tive outro dia.