sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A triste política que se faz na Câmara Municipal de São Paulo - parte II

A primeira derrota de Kassab na Câmara desde que se reelegeu, e, aliás, desde mais de um ano atrás, se deu por ação do chamado “centrão”.

O “centrão” é composto por um grupo de parlamentares que se caracterizam por agir meio como base governista, meio sem princípios político-ideológicos, meio a fim mesmo é de desfrutar dos benefícios que o poder traz. É por isso que mantêm uma relação dúbia com o poder executivo, e raramente seguem uma linha coerente de intervenção na Câmara Municipal.

Pois é, nesta semana, em que as negociações para a composição do novo governo de Kassab estão a todo vapor, eles decidiram votar contra o prefeito. O projeto era do PT, do vereador Antônio Donato, um decreto legislativo que derruba uma portaria do executivo. O conteúdo: a prefeitura queria regularizar a situação de 116 flats na cidade de uma tacada só.

A prefeitura está, mais uma vez, do lado em que sempre esteve. Parece que boa parte desses flats, definidos como “imóveis de uso residencial com serviços”, operavam de fato como rede hoteleira. Acontece que o plano diretor da cidade determina em que regiões hotéis podem se instalar. E a fiscalização de hotéis é diferente da fiscalização de imóveis residenciais. Olha o abacaxi.

O “centrão” mesmo não está preocupado com isso. Na Folha de S. Paulo de hoje, expoentes seus afirmam que “quando são afrontados, têm que reagir”. Avaliam que o poder executivo afrontou o legislativo, pois uma situação como essa não se resolve na canetada. E que votar a favor do projeto do PT significava, para eles, garantir a independência do legislativo. Nem uma frase sobre o conteúdo dos projetos. Vai saber o que eles vão fazer depois, na hora H da definição. Desse projeto e da composição do governo.

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