Recebi este e-mail do Guilherme Vargues, uma pessoa muito querida que tem cara de samba e de Carnaval e de tanta coisa boa que a terra dele, o Rio, tem lá. Tomei a liberdade de colocar aqui, pra afirmar a alegria do momento, mas também, lembrar que até a alegria tem seu sentido político. Feliz Carnaval!
"E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval"
O ano começou feliz, porém as bombas caíram.
Esse ano também é o primeiro sem Jamelão agitando a verde e rosa.
As coisas andam complicadas, por aqui, por lá e precisamos pensar em tudo isso.
Mas como diria meu amigo Diogo Coelho:
"Já é verão aqui no Rio de Janeiro, finalmente fevereiro, a cidade em alto astral ..."
Nessa época as flores jorram confetes, as nuvens soltam serpentinas
A cerveja gelada
O sorriso e a alegria
Voltando no tempo, em 1936, Paulo da Portela foi eleito "Cidadão Momo" do Rio de Janeiro, a imprensa publicou o primeiro decreto de Paulo para o período do carnaval:
"Eu, Cidadão Momo de 1936, eleito pelos foliões desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, de acordo com os poderes que me foram conferidos para governar durante o tríduo da folia,considerando que o nosso regime republicano não se coaduna com um reinado, nem mesmo carnavalesco, considerando que o samba nasceu no morro e rei não freqüenta morro, considerando que no carnaval não pode haver vassalagem, considerando que a monarquia, pelas próprias extravagâncias do rei, por mais popular que seja , não pode encarnar o samba, a verdadeira alma do carnaval, resolvo destronar o rei, que terá a sua cidade como menage, ficando sem efeito todo e qualquer decreto lavrado pelo monarca, a estas horas reduzido à expressão mais simples".
Que sirva para nos reciclar, para repensar a vida e a força de se sentir livre por alguns dias...
Feliz Carnaval!
(Guilherme Vargues - RJ)
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