Hoje é um dia triste. Não só pro PT, não só para os lutadores e lutadoras do campo brasileiro, não só pro Rio Grande do Sul, nem só pro Brasil. Perder Adão Pretto é triste até pra quem nem sabe que ele viveu. Perdemos mais um guerreiro do povo, das lutas, do barro, da terra. Mais um que fazia diferença na nossa caminhada suada por justiça e igualdade. Pelo socialismo.
A primeira coisa de que lembrei nesta triste manhã foi dos tempos de movimento estudantil, quando, em Brasília, o deputado Adão Pretto freqüentemente cedia seu apartamento para a militância jovem se alojar, se reunir, produzir. Eu lembro da sensação de perceber que ele era um de nós, embora deputado. E que isso não significava mais do que alguém que usa o espaço do parlamento pra fazer a mesma luta que eu fazia nas salas de aula. Essa percepção é tão importante, e é tão presente na figura simples e generosa de Adão, que até hoje eu não entendo por que será que nem todo mundo é assim.
Hoje o post é triste. Não dá pra ser diferente. Mas pra ficar mais bonito, peço emprestado ao meu amigo Rolan Crespo um poema que ele escreveu sobre o MST, para que eu possa homenagear esse companheiro que segue presente nas nossas lutas e na mística das nossas lutas.
Falando sério...
Rolan Crespo, em 22.10.08
Dando porrada no escuro
Mas se mantém de pé
Tem o andar sereno,
Não pede perdão,
Não ajoelha no chão
Não baixa o olhar
Ergue o punho fechado
E canta uma canção:
Louva os oprimidos
Os sem terra
Os sem pão
Louva os que têm os pés cansados
De amassar barro nas estradas
Louva o grito ardente que clama pela terra
Louva os que vêem o futuro com grandeza
O novo virá diante de tanta miséria,
tanta pobreza, tanta fome, tanta humilhação.
E nossas vozes roucas cantarão
Aos que transformam o suor na água de irrigação,
o sangue no adubo das plantações
e a lágrima no riso alegre da colheita.
Dando porrada no escuro
Mas se mantém de pé
Tem o andar sereno,
Não pede perdão,
Não ajoelha no chão
Não baixa o olhar
Ergue o punho fechado
E canta uma canção:
Louva os oprimidos
Os sem terra
Os sem pão
Louva os que têm os pés cansados
De amassar barro nas estradas
Louva o grito ardente que clama pela terra
Louva os que vêem o futuro com grandeza
O novo virá diante de tanta miséria,
tanta pobreza, tanta fome, tanta humilhação.
E nossas vozes roucas cantarão
Aos que transformam o suor na água de irrigação,
o sangue no adubo das plantações
e a lágrima no riso alegre da colheita.
Um comentário:
É verdade Ale.. aqui no RS estamos órfãos. Perdemos um pai, um exemplo de militante. O Adão, que eu chamava de cara de ursinho, sempre tratou a juventude do PT e dos movimentos de de igual para igual.. sempre nos recebeu, nos deu chimarrão. Nunca mais vou conseguir passar naquele corredor do anexo III da Câmara sem procurar por ele e pelo seu sorriso generoso. Saudades!
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