sábado, 25 de outubro de 2014

Cordão

Na voz do Chico, que cometeu o terrível impropério de expor
sua opinião política e assim se tornou inimigo de classe
para a massa cheirosa do Leblon e dos Jardins.
Que estes permaneçam atentos para, a qualquer momento,
ver passar na avenida um samba popular.


Este lindo samba é pra ser um carinho no coração:

Da militância do PT, o bem mais precioso que esse partido construiu em 34 anos. Jovens, adultos e idosos cheios de coragem e vontade, que não esperam ninguém chamar, não têm medo de cara feia nem de intimidação, que carregam nos olhos e nas bandeiras uma determinação inabalável, banhada nas esperanças mais bonitas que temos, para defender o Brasil do elitismo preconceituoso, ignorante e arrogante que, até agora, não aceita que não são os donos do país;

Da militância do PCdoB e da Consulta Popular, cada uma a seu modo, sempre aguerridas, nunca titubeando nos momentos fundamentais da construção do nosso sonho coletivo;

Da militância do PSOL que esteve na campanha da Dilma neste segundo turno, pedindo voto nas ruas e nas redes, exibindo o avatar virtual com referência à presidenta, exaltando a criticidade de seu voto, destacando que seguirá na oposição pela esquerda. Essa militância pela qual eu sempre tive todo o carinho e todo o respeito, cuja companhia torna nossa luta mais virtuosa;

De tanta gente que estava afastada da política, da militância, que estava desesperançosa, desapontada, desmotivada... E encontrou bons motivos para voltar às ruas, não só encontrou como fez da força de suas convicções e esperanças a fonte da juventude do segundo turno desta campanha;

De tanta gente que nunca tinha se exposto em disputas políticas dessa ferocidade; mas, diante do que viu, não recusou o chamado e foi protagonista de uma virada que não foi numérica, mas talvez, histórica... Acho que um dia entenderemos a importância disso.

Não sei qual o resultado que sai das urnas amanhã. Mas, em meio a tanto ódio, tédio e náusea... Para mim, foi a mais bela das flores: esse cordão que construímos linda e quase que espontaneamente. Os filhos e filhas que não fogem à luta somos nós, não permitiremos que até o hino nacional eles privatizem.

Obrigada pela companhia. Obrigada por, mais uma vez, escancararem para mim o sentido das escolhas que sempre fizemos.


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