sábado, 6 de abril de 2013

Categoria


Era tudo uma questão de classificação. A oração tinha que ser coordenada ou subordinada. Tinha os adjuntos, que podiam ser adnominais. Os pronomes, então, podiam ser um monte de coisa. Meu Deus, pra que tanta nomenclatura?!

Sei lá, nomenclaturas ajudam a classificar. Pra quê? Pra você poder organizar em categorias... Pra quê? Pra melhor poder estudar, encontrar pontos de convergência, as diferenciações. Sei lá. Porque sim.

Só que seres humanos dispensam esse tipo de nomenclatura. Não é razoável buscar uma característica comum e agrupar em torno dela todos os seres humanos que a possuam. É menos razoável ainda presumir que as pessoas precisam ou gostam dessas classificações. Nossa, imagina, eu jamais colocaria rótulo em alguém? Ah é?

Lembre-se de que nem sempre a gente percebe que está rotulando alguém. Que nem sempre se faz isso com má intenção. Mas eu imagino que os seres humanos nem sempre - ou não o tempo todo - gostam de serem olhados pelo prisma do que têm de comum, mas sim, pelo que os(as) diferencia em relação aos demais.

A pena da classificação de pessoas é correr o risco de torná-las enlatados previsíveis e desinteressantes. Essa postura rouba-nos o encanto de sermos surpreendidos(as). Rouba a graça do mundo. Vamos, sem medo, ver o que é que há atrás de cada máscara de Carnaval, de cada escudo de autoproteção, de cada desejo reprimido e em olhos que torcem para serem lidos com atenção, interpretados como gostariam. A ânsia de nomear tudo antecipa e estraga muita coisa...

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