sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Epifania

Andava por aí distraída, sem se importar demais com nada. Os dias não se dividiam um do outro. Foi um oi singelo que lhe tirou do cárcere de si mesma. E desde então o mundo se floriu.

Que bobagem, se era só um simples oi... Mas o oi foi o que lhe fez olhar que havia mundo ao seu redor. Que nem se fosse um estalar de dedos que desperta alguém de uma mágica que faz ficar paralisado.

O oi estalou pra ela. Mas o oi não é sujeito, sujeito é quem disse oi. "Oi!", meigo assim.

O oi lhe tirou da inércia, e ela ficou flor. Andava por aí iluminada agora. Às vezes, ruborizada. Tudo parecia mais alegre.

- Que criatura boba, iluminada por um oi.

Num dia pesado, saiu de casa pra ver o oi virar sorriso. Só pra isso saiu. Sabia onde colher. Andou determinada agora e foi até lá. Viu o sorriso. Iluminou-se mais. Voltou pra casa feliz.

- Que criatura boba, sorriso se vê em todo lugar.

Que nada. Tem um monte de sorriso que não sorri. Um sorriso que se vê nos olhos não é todo dia não. E o sorriso não é sujeito, sujeito é quem sorri. Isso faz toda a diferença.

Desejava verdadeiramente poder para sempre extrair sensações boas de paz daquele sorriso.

- Mas ois e sorrisos não se realizam em si mesmos!

- Ora, e por que precisa dar utilidades pragmáticas pra tudo?

Recolheu os ois e sorrisos e sensações boas de paz e foi dormir. Acordou de bom humor.

5 comentários:

Mari Marcoantonio disse...

Dá vontade de ficar sorrindo depois de ler. Uma graça, uma epifania mesmo.

Demilson Figueiró Fortes disse...

Que beleza de texto! Bahh, maravilhoso,
Tens muito talento guria. Parabéns.
Abraço

Alessandra disse...

Superobrigada!

Alzira disse...

Oi rs... Apenas um oi e um sorriso, para alimentar a leveza do seu bom humor.

Fernando Amaral disse...

Oi!