Nestes dias, encontrei a letra original inteira. Há muito mais versos censurados pela ditadura. Com grande felicidade, pude encontrar esta gravação da Elis no México, onde ela pôde saudar devidamente o Dragão do Mar (herói cearense do combate à escravidão) e João Cândido:
Se a ditadura militar matou tantos dos nossos e tentou apagar nossa história, nós estamos vivos, atentos e preservaremos com orgulho e amor nossa memória e todas as lutas inglórias. João Cândido não ficará marcado apenas nas pedras pisadas no cais.
De hoje em diante, só canto a letra original.
O Mestre Sala dos Mares*
(João Bosco / Aldir Blanc)
*Letra original sem censura
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O Dragão do Mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração de toda tripulação
Que a exemplo do marinheiro gritava não
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o almirante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo...
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