Às vezes, é a Vila Matilde.
Ela cruza o caminho e chega num sorteio de bicicleta dum programa vespertino na TV. Nas caminhadas longas em pernas curtas até um mercadinho ou uma banca de jornal. Até o correio.
A Vila Matilde vem e traz um mundo que era muito grande, quando a casa era um sobrado e a rua era pacata, mas mesmo assim, a gente tem medo.
A vizinha curandeira
A vizinha alcóolatra
Os meninos jogando bola, fazendo barulho no portão
Uma tartaruga e um cachorro convivendo (mal)
Carpete
Quintal
E um camundongo eternamente perdido no quarto dos fundos
A sensação de que a vida será imensa
Uma pulsação de coração que joga seu próprio som pra fora e além
Uma paz que ficou ali, perdida
Presa numa ratoeira
Esquecida que nem brinquedo velho
Sempre que eu esqueço como faz pra ter paz,
Penso que preciso ir lá na Vila Matilde procurar.
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