segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A Clara Nunes, em seus 71 anos...

Um dia, um ser de luz nasceu. Era 12 de agosto de 1942. Filha de uma família pobre, órfã desde muito cedo. Lá pelas tantas, entregou-se ao sonho de ser cantora. Saiu do interior, foi para Belo Horizonte. Largou a fábrica, onde era tecelã. Foi para o Rio de Janeiro. Lá, havia quem dissesse que "ela não é cantora". Procurou-se em diversos estilos e modismos até encontrar-se na mais autêntica e genuína música popular brasileira. Filha de Ogum com Iansã, primeira mulher a estourar em venda de discos. Referência fundamental da valorização da cultura afro-brasileira, quis cantar as coisas do nosso povo. Quando ainda cantava boleros e músicas românticas, ao acompanhar Jair Rodrigues numa excursão de trabalho por Buenos Aires, ouviu-o recomendar: "canta um samba, que é o que eles querem aqui". Ela chorou: "eu não sei cantar samba".

Eu sempre me pergunto o que seria do samba, hoje, se ela nunca tivesse realizado seu sonho de ser cantora. Mas eu me pergunto mais é como seria o mundo hoje se ela não tivesse partido tão cedo.

Muito obrigada a todos os orixás por terem permitido que Clara tenha estado entre nós. Roubando os versos de Mário Quintana, "parece um sonho que ela tenha vivido".

A bênção, Clara Nunes!


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