domingo, 7 de agosto de 2016

Chega

Chega de tentar me enganar
Eu já não caio mais
Nas armadilhas que eu mesma fiz
Não vou fingir
Que eu não sabia que isso tudo
Só podia ser assim
Foi o abismo de onde me atirei
A sorrir

Chega de tentar te encontrar
Nas cartas doces que eu mesma escrevi
Nas ruas loucas onde eu me consumi
Pr'onde fugi para me esconder
De mim

Chega de ampliar o universo
E reduzir o meu espaço
De ser uma mulher do avesso
Em qualquer passo, eu recomeço
Eu reconheço
Que desconexa é que desconecto
De você

Chega de falar, de procurar
Eu já não tenho mais papel
Perdi o céu
Perdi o navio
Eu já não sei qual era mesmo o rio
Onde boiou meu corpo
À mercê

Eu já não tenho mais saúde
Para sustentar
Este sentimento por você

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