segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O balé das borboletas

Despertei e fui para o quintal, onde alguns raios de sol pareciam tentar resistir às nuvens escuras que avançavam sobre o céu azul. Queria ir à cachoeira pedir a Oxum pelas minhas amigas, mas logo notei, olhando de longe, que a chuva não tardaria a vir, e provavelmente já até estivesse molhando meu altarzinho. Ainda com o coração inconsolado, desisti de assumir o trajeto e me pus a olhar ao longe o vento e o movimento das nuvens.

Foi quando, desde esse longe, vinham duas borboletas brancas naquele balé clássico das borboletas. Foram vindo e vindo, e então estavam já bem perto. Continuaram brincando como se fossem duas crianças no carnaval, bicando-se, afastando-se e voltando a unir-se. Rodopiaram ao meu redor duas vezes, como se tentassem me envolver no balé. Acho que foi o primeiro sorriso sem dor que derramei em trinta horas. Pensei que fossem minhas amigas dizendo pra eu ficar bem.






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Para Rosângela Rigo e Lurdinha Rodrigues, com todo meu amor e minhas saudades para sempre...


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