Música, feminismo, diálogos, política, futebol, crônica e poesia convivendo no mesmo espaço. E sem conflito.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Casou-se
Casou-se obrigada.
Vestiu-se de branco,
Queria usar prata
Roubada cor
De um brilho que não tinha
Nos olhos,
Amarga pista dedurada por alguém
Longe da vista.
E vieram o padre, padrinhos, capatazes
E um sim de estar-se acostumada.
Gemeu muda
Gritou nos olhos
Casou-se.
A banda tocou a música que preenche um espaço qualquer
Não o seu.
O bolo adoçou a vida de alguém já doce
Não eu.
Casou-se.
E quem dançou
Dia seguinte esqueceu.
E quem dormiu
Nem um minuto perdeu.
Casou-se como quem se aprisiona
Ao medo do tempo,
Do nunca mais.
Casou-se temendo que fosse
Tarde demais.
Casou-se.
E nos seus olhos molhados
Vidrados
Calados
Sempre se via
A sombra do que não viveu.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário