sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Sete Desejos

Eu ouvi essa música uma vez, era de uma novela. Não lembro bem. Era adolescente, eu acho. Ela me trazia uma paz gostosa, um conforto, uma sensação de que a vida vai longe, longe mais do que a vista alcança. Onde a vista não alcança, o sonho chega e conta história.

O sonho sempre me contou história nessa música.

Comecei, a certa altura, a dizer para as pessoas próximas que essa era a música da felicidade. O flamboyant vermelho, a mala azul, a réstia da luz amarela. A vida tem cores! Deitada na rede e, sob a fumaça de um cigarro deliciosamente saboreado, pensar que bom é recomeçar das cinzas. Recompor a paisagem. "Você sabe fazer" - me dizia minha professora de canto.

Essa linda música sempre esteve na minha mente. Às vezes ela se oculta. E volta.

Volta agora de novo. Com o lelelelelelele do Alceu. O destino, o trem que nos transporta. A música como um filme da vida, como uma produtora de imagens mentais, que remexe a alma, busca coisas, salta pra fora, e eu agradeço.

Ao Alceu pela música.

Ao universo, pela generosidade com que tem me tratado.

Que me permita produzir versos tão claros e projetar cada vez mais desejos em cada vez menos cigarros.


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