domingo, 19 de maio de 2013

A sina inexata


A minha sina
É saudade sentida
Em gotas de sangue.

É a ausência infinita
Que perturba e agita
E me põe a buscar
O que nunca está lá
(e nem vai estar).

O vazio no peito,
Que sobra inconstante
Da eterna depedida
De rever, num instante
O que, talvez, não se viu
Na ansiedade de vida.

Um trem de cores que me leva
Para a imensidão
Do céu sobre mim
Ao som de uma flauta,
A tristeza inexata
Que nunca me mata
Mas faz-me assim.
Somente saudade.

A minha sina
É saudade sentida
Que rasga as cortinas
Do meu próprio lugar.
E inventa esquinas
Para forjar as vias
De eu me encontrar.

A minha sina
É saudade sentida
Que vem e me invade
E assim me amacia.

A minha sina
É morrer de saudade,
No mínimo,
Uma vez por dia.

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