Era quase uma matrix. Ele fingia que era ele, ela fazia de conta que era ela. Desempenhavam papeis. Era tudo fajuto, das juras de amor à convivência harmônica. As joias de presente eram falsas. O pijama não era 100% algodão. As flores eram de plástico.
Em alguns momentos, cansavam-se de interpretar. Nada que uma noite de sono não curasse. Era fácil levar a vida assim, porque ela nunca desviava do destino encomendado. Nunca se perdiam as estribeiras. Não havia decepção, risco, mas também não havia euforia.
Um dia, ela se esqueceu de mentir. Deixou a cara de verdade aparecer. Foi um susto.
Não souberam como lidar com essa situação. Chegaram a sentir desespero. Ela tentou corrigir rápido, mas não dava mais tempo. Por não saber reagir, ele também acabou se revelando.
Se separaram e foram infelizes para sempre.
***
Moral da história: a moral foi inventada por alguém.
2 comentários:
Oi, Alê! Não sei se vai se lembrar de mim. Sou a Carol Codá. Estudei na ECA, participei do CALC. Era até um pouco calada. rs. Já li seu blog algumas vezes. Faz tempo que não participo de um movimento. Mas agora sinto que estou pronta de novo. Estou cada vez mais ligada ao feminismo. Queria participar do movimento no PT, aqui em São Carlos onde moro. Como sei que você participa, queria saber se você sabe de algum núcleo por aqui no interior. Tá na hora de eu colocar a cara pra fora. Beijo! Carol Codá
Carol, claro que lembro de ti! Legal receber notícias! Ei, deixe um contato seu, um e-mail ou coisa assim. Beijos.
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