quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Porões

Os porões da alma
Por onde escorrem
Gotas de obscuridade

O que foi e não devia ter sido
O futuro
               que nunca se desdobrou do passado
               e não é presente

Lembranças apavoradas
Com a ideia de
Que alguém as veja

Uma caverna de sentimentos refugiados
alguns torturados
outros suicidas

Em meio ao escuro,
Uma umidade provocativa,
Aterroriza sem querer,
mas abraça
sonhando
Como se pudesse
esvair cuidados
maus presságios
e os males autônomos

E alguma coisa se mexe!
À procura de luz...

Desastrada,
Deixa-se iluminar
Revela a terra nua,
Envergonhada

Fecha-se tímida
Queimam-se as pontes
Fica calada e fria
Protegida
Debaixo
          do medo
             do orgulho
              do peito vazio
                                 fingido.